Polícia vai investigar se agente que matou jovem em abordagem no MT agiu em legítima defesa – Notícias

A Polícia Civil vai investigar se o policial militar que matou a tiros Diego Kaliniski, de 26 anos, durante uma abordagem por perturbação do sossego no último domingo (5), no município de Vera, em Mato Grosso, agiu em legítima defesa ou cometeu algum excesso. Dois agentes envolvidos no crime também foram afastados do cargo.

“Dois tiros foram dados para o alto, e não foi o suficiente para parar aquela sessão. Qual é o meio disponível que ele [policial] tem? A arma, porque o cassetete que ele teria disponível tomaram dele”, afirmou o delegado Bruno Abreu, da Delegacia de Vera, à Record TV.

No dia do crime, Diego estava com o som alto do carro ligado em uma praça, localizada na avenida Brasil, onde jovens costumam se reunir para beber e se divertir. Após receber uma denúncia, policiais militares foram acionados e se dirigiram ao local por volta das 3h40.

De acordo com a versão da polícia, os agentes não desceram da viatura e começaram a confeccionar uma multa contra o veículo, quando Diego se aproximou e começou a discutir. Em determinado momento, ele teria pegado à força o talão dos policiais.

Diante dessa situação, os PMs deram voz de prisão por desacato e desobediência, porém o jovem resistiu. Com a ajuda do irmão, de 31 anos, Diego entrou em luta corporal com a equipe, desferindo golpes e socos. Durante a confusão, os irmãos conseguiram até pegar o cassetete de um policial, segundo a versão do boletim de ocorrência.

Os agentes também agrediram a dupla e chegaram a arrastar Diego pelo chão. A ação foi filmada por jovens que estavam reunidos na praça. Acuado pelo número de pessoas na rua, um policial sacou a arma e atirou diversas vezes, acertando os irmãos. Um deles não resistiu aos ferimentos e morreu.

O homem de 31 anos foi socorrido e encaminhado a um pronto socorro da região. Ele já recebeu alta hospitalar, segundo informações da Record TV.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Vera, que vai ouvir os depoimentos de pelo menos dez testemunhas. A Polícia Civil também informou que Diego tinha antecedentes criminais, por lesão corporal e perturbação do sossego.