Siga-nos nas Redes Sociais


Últimas Notícias

Indústria da Construção registra crescimento significativo em 2021, apesar da crise econômica

Publicado

dia:

Indústria da Construção registra crescimento significativo em 2021, apesar da crise econômica


Estudo revela mudanças estruturais na construção civil, com diminuição da concentração, maior participação do setor privado e crescimento dos serviços especializados, impulsionando a retomada do setor e a geração de empregos no Brasil.

No ano de 2021, a indústria da Construção apresentou números expressivos, gerando um valor de incorporações, obras e serviços que alcançou a marca de R$ 377,8 bilhões. Desse total, R$ 355,8 bilhões foram provenientes de obras e/ou serviços, enquanto R$ 22,0 bilhões foram atribuídos às incorporações. Esses dados são resultado da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) e revelam um cenário positivo para o setor.

O Brasil contava com 147.389 mil empresas de Construção em 2021, empregando 2.203.731 pessoas. Esses números representam um aumento de 11,4% no total de ocupados em relação a 2020, a maior taxa de crescimento desde 2010. Além disso, o número de empresas também teve um crescimento significativo, com uma alta de 11,7% em relação ao ano anterior, a maior desde 2013.

Marcelo Miranda, analista responsável pela pesquisa, destaca que o setor da construção não foi tão afetado pela crise econômica decorrente da pandemia. Ele ressalta que em 2021 houve uma retomada do crescimento econômico, com um aumento de 5,0% no Produto Interno Bruto (PIB), após uma queda de 3,3% em 2020. Apesar do desemprego e da inflação em patamares significativos, a taxa de juros se manteve baixa, o que contribuiu positivamente para o segmento imobiliário. Outro fator importante foi a busca por imóveis mais adequados ao home office por parte de uma parcela da população. O Programa Casa Verde e Amarela, iniciado em agosto de 2020, também pode ter impulsionado o setor da construção.

Publicidade

A construção de edifícios se destacou como o segmento mais importante, representando 44,6% do valor total da indústria da Construção em 2021, alcançando a marca de R$ 168,6 bilhões. Além disso, foi o segmento que mais empregou pessoas, com um total de 807,7 mil ocupados, e o segundo em pagamento de salários e remunerações.

As obras de infraestrutura ocuparam o segundo lugar em valor de obras e serviços, totalizando R$ 122,4 bilhões. No entanto, houve uma queda de 8,4 pontos percentuais em dez anos, representando 32,4% do valor total em 2021. Esse segmento empregou 637,3 mil pessoas. Já os serviços especializados para construção, mesmo sendo o terceiro em valor de obras e incorporações, registrou um crescimento de 6,4 pontos percentuais, alcançando 23,0% (R$ 86,9 bilhões), e foi o segundo em número de pessoas ocupadas, com 758,7 mil trabalhadores.

Ao analisar os últimos dez anos, a PAIC revelou que a indústria da construção perdeu 22,9% dos postos de trabalho, o que representa 654,4 mil empregos a menos desde 2012. A ocupação nos três segmentos apresentou mudanças significativas nesse período. A construção de edifícios manteve-se como o principal segmento empregador, mas sua participação diminuiu 4,7 pontos percentuais ao longo dos anos. As obras de infraestrutura caíram do segundo para o terceiro lugar, enquanto os serviços especializados para construção ganharam espaço.

Publicidade

Em números absolutos, a construção de edifícios perdeu 375,0 mil postos de trabalho, seguida pelas obras de infraestrutura, com uma redução de 322,9 mil empregos. Em contrapartida, o segmento de serviços especializados para construção registrou um aumento de 43,5 mil pessoas ocupadas.

A pesquisa também revelou uma queda no porte das empresas da construção em relação a 2012, tanto em termos de média de pessoal ocupado (passando de 27 para 15 funcionários) quanto em relação aos salários (redução de 2,6 para 2,1 salários mínimos).

No período entre 2020 e 2021, o número de ocupados na construção cresceu 11,4%, atingindo a marca de 2,2 milhões de pessoas, um aumento de 225,1 mil trabalhadores em relação ao ano anterior. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pelos segmentos de construção de edifícios (16,4%) e serviços especializados para construção (17,9%). Por outro lado, o segmento de obras e infraestrutura apresentou uma queda de 0,6% na ocupação.

Publicidade

Apesar de ser o segmento com o maior número de ocupações, a construção de edifícios é a que paga o menor valor em salários mínimos, com uma média de 1,9 salários mínimos, representando uma queda de 0,3 salários mínimos em dez anos. As obras de infraestrutura foram o segmento que pagou os salários mais altos, com uma média de 2,7 salários mínimos, embora tenha havido uma redução de 0,9 salários mínimos em relação a 2012. O segmento de serviços especializados para construção registrou uma remuneração média de 2,0 salários mínimos em 2021, uma leve redução em relação a 2012.

Outro dado relevante é o crescimento da participação do setor privado no valor total de obras e serviços da construção, que atingiu a marca de 74,4% em 2021, enquanto o setor público representou 25,6%. Essa mudança estrutural também foi observada nos segmentos específicos da construção, onde o setor privado teve maior participação, como em construção de edifícios (85,0%), obras de infraestrutura (56,8%) e serviços especializados para construção (81,4%).

A concentração de empresas no setor da construção diminuiu ao longo dos últimos dez anos. Em 2012, as oito maiores empresas representavam 10,8% do setor, percentual que caiu para 4,3% em 2021. A queda na concentração foi mais significativa no segmento de obras de infraestrutura, que passou de 24,6% em 2012 para 8,4% em 2021. Enquanto isso, o segmento de serviços especializados para construção apresentou um aumento na concentração, alcançando 7,3% em 2021.

Publicidade

Essas mudanças estruturais indicam uma descentralização nas empresas, com uma redução das grandes empreiteiras e uma desaceleração das obras de infraestrutura. O número de postos de trabalho nos serviços especializados da construção registrou um aumento significativo, passando de 715,3 mil em 2012 para 758,7 mil em 2021.

O estudo também destacou que o pessoal ocupado continua sendo o maior custo da indústria da construção, seguido pelo consumo de materiais e pelos gastos com obras e serviços contratados a terceiros. A construção de edifícios foi o único segmento em que o consumo de materiais de construção representou o maior custo.

Em relação à regionalização, o Sudeste se manteve como a principal região em valor de incorporações, obras e serviços, bem como na ocupação. No entanto, sua participação no valor gerado na construção caiu de 51,7% em 2012 para 48,2% em 2021. Por outro lado, a participação do Sudeste no total de postos de trabalho na construção aumentou de 47,8% para 49,4%. A Região Sul apresentou o maior aumento de representatividade, passando de 13,5% em 2012 para 18,6% em 2021, tornando-se a segunda região com maior valor gerado na construção, ultrapassando o Nordeste.

Publicidade

Esses dados revelam um panorama da indústria da construção no Brasil em 2021, mostrando uma retomada do crescimento econômico após a crise causada pela pandemia. Apesar dos desafios enfrentados, o setor da construção conseguiu se manter resiliente e contribuir para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico do país.

Print Friendly, PDF & Email

Siga o portal Grajaú News no Google Notícias e no Canal do Telegram.

#grajaunews @grajaunews #grajau #saopaulo

Publicidade
Publicidade
Publicidade

Siga-nos no Facebook

LEITORES ONLINE