Thaís Melchior de 31 anos passou anos sem receber o diagnostico correto da endometriose
A atriz Thaís Melchior, de 31 anos, passou 11 longos anos consultando diversos ginecologistas até chegar ao diagnóstico de endometriose
. Sofrendo com intensas cólicas e dores causadas pela doença, recebeu o seu diagnóstico só em 2017, após ser internada com infecção urinária, em quadro grave, tendo que passar por cirurgia em decorrência da endometriose. Antes disso ela chegou a escutar de um dos profissionais consultados que era normal mulheres sentirem dor.
Em depoimento exclusivo ao IG Delas ela conta sobre a jornada até receber o diagnóstico e o alívio de finalmente receber tratamento adequado.
“Desde o início da minha adolescência, sofria com fortes cólicas menstruais. Mensalmente fazia compressa de água quente e tomava medicamentos para dor. Com o tempo, tudo foi se intensificando. Faltava à aula na escola, ia pro hospital fazer exames e procurava ajuda médica. Foram inúmeras suspeitas de apendicite ou ovário policístico. Quando os resultados ficavam prontos, falavam que não era nem uma coisa, nem outra, mas também não me passavam um diagnóstico fechado.
Na maioria das vezes, concluíam que um cisto folicular poderia ter causado a dor ou o período menstrual por si só. Cheguei a ouvir que poderia ser psicológico. ‘Mulher sente dor mesmo, você precisa ser mais forte’, disseram.
Durante todo esse processo, novos sintomas foram se somando às cólicas: enxaqueca, infecção urinária de repetição, cansaço excessivo, dor lombar, dor durante a relação sexual… Troquei de ginecologista por, pelo menos, 5 vezes durante a adolescência. Minha família e eu não nos conformávamos com o descaso dos médicos que me atendiam. Era nítido que tinha alguma coisa além de uma dor por conta da menstruação. Comparava-me com as minhas amigas e via que não era normal.
Passei a não ter qualidade de vida. Constantemente estava em ambulatórios e/ou emergências hospitalares, tomando antibióticos fortes, medicamentos injetáveis (os orais já não davam mais conta)”.
Infecção generalizada
“Em novembro de 2017, apresentei um incômodo nas costas (região lombar), tomei anti-inflamatório por dias, imaginando que pudesse ser muscular. Não adiantou. Depois de uma semana, deixou de ser um incômodo e passou a ficar insuportável. Fui levantar da cama, não consegui colocar os pés no chão, estava tremendo de frio e com febre alta. Liguei para o meu pai e pedi que me levasse ao hospital, porque sabia que algo mais sério estava acontecendo.
Quando cheguei lá, fiz uma bateria de exames e descobriram que eu estava com infecção renal, nos dois rins e precisaria ser internada. Foi necessário ir para o CTI (centro de terapia intensiva) porque o quadro estava bem avançado. Outros órgãos também estavam comprometidos. Na verdade, tive uma infecção generalizada. Foi um choque!”.
Descoberta da endometriose
Divulgação
Thaís Melchior
“A médica, ao me internar, fez uma entrevista comigo e com meus pais para entender melhor o caso. Contamos, em detalhes, sobre essa trajetória de anos de sofrimento. Imediatamente após ouvir a nossa história, ela entregou pra minha mãe um cartão com o telefone do Cláudio Crispi, especialista em endometriose.
Lembro bem das palavras que ela usou: “Vou deixar esse cartão com vocês, porque acho válido investigar endometriose. Vamos cuidar da sua infecção atual com carinho, mas assim que você sair daqui, procure esse médico”. E assim foi feito!
O descaso, a falta de empatia, a irresponsabilidade médica, foram trocados por: acolhimento, compreensão, escuta, responsabilidade médica, conhecimento, esclarecimento e cura. O Cláudio passou a ser o meu anjo da guarda. Foi ele o responsável pelo meu diagnóstico correto, após exames específicos. Eu me assustei e tive bastante medo quando descobri a endometriose. Ouvimos tantos mitos por aí, né? Mas todas as minhas dúvidas foram sanadas por ele e tudo passou a fazer sentido. Foi um alívio saber que eu tinha encontrado um caminho e que não estava mais sozinha. Finalmente, comecei o meu tratamento adequadamente”.
O tratamento
“Por um ano, decidimos tentar tratar com medicação e ver se eu teria alguma melhora no meu dia a dia. Porém, nesse período, notamos que: houve um alastramento da doença. Clinicamente eu ainda estava bastante sintomática e psicologicamente exausta de tudo. Optamos então pela cirurgia (2019).
No mês seguinte da operação, eu já estava retomando a minha vida, com qualidade, sem dores e sentindo necessidade de dividir a minha experiência com outras mulheres. Considero o meu processo como um renascimento. Sou mais feliz e realizada!
Em 2020, me tornei madrinha da campanha do Instituto Crispi, com o objetivo de conscientizar o maior número de mulheres, não só no março amarelo, mas em todos os dias do ano. A endometriose, infelizmente, ainda é uma doença pouco conhecida pela sociedade e pela maior parte dos médicos. A gente precisa de informação! A gente precisa ter voz! A gente precisa de sororidade!
Aqui fica um alerta: sentir cólica, nem sempre é normal. Procure ajuda de um especialista!”
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