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Saúde

É Coronavac, tudo bem?

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© Fornecido por Estadão foto: Julho, 2021.

Foi a segunda pergunta que o jovem médico que recebia os pacientes na fila do posto de saúde me fez. A primeira foi pra confirmar a minha idade. 

É óbvio que tudo bem. Aliás, tudo ótimo! Graças a Deus chegou a minha vez. Fiquei sete meses esperando meu dia, invejando os amigos se vacinando nos EUA e pedindo até intervenção divina para as coisas andarem por aqui. Se é a que tem, eu quero!

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Intrigada #sqn, rendi o assunto: “Fala sério, tem alguém que deixa de tomar por causa do fabricante?”“Sim, muita gente deixa de tomar a Astrazeneca por causa das reações. Mas a Coronavac é por não confiar mesmo!”. Gente sábia. Melhor correr o risco de morrer, pensei. 

Meu medo era, na verdade, de não conseguir me vacinar aqui no Rio porque sou mineira, mas a minha identidade é de São Paulo. “Não sei se nessa altura alguém pede comprovante de endereço…”, eu disse pra funcionária que estava preenchendo o meu cartão, aquele, tão desejado desde janeiro. É o começo do mês 7, do ano 2 da pandemia e, finalmente, temos doses pra quem tem 40 e poucos anos. Aliás, se tem uma coisa que virou comprovante de idade são as fotos de brasileiros felizes se vacinando nas redes sociais. É ou não é? Confessa que já pensou nisso.

Pra minha satisfação de não ter passado raiva num momento tão feliz, não vi ninguém na frente ou depois de mim ir embora porque a vacina ofertada hoje pelo Programa Nacional de Imunização, do SUS, era a Coronavac. Aliás, desde quando mesmo alguém escolhe marca de vacina? 

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“Ah, não vou tomar a de hepatite, nem vou dar a da difteria, coqueluche e tétano pros meus filhos porque não gosto da marca da fabricante…” Socorro!

Curiosa, mandei mensagem pra minha amiga, madrinha de casamento, que é assessora de imprensa do Instituto Butantã, a Cris Mantovani. “Cris, quais são mesmo as outras vacinas que o Instituto faz e que a gente depende delas para garantir a nossa proteção e a dos nossos filhos?”. Ela estava saindo pro almoço, mas respondeu na hora: “Tem várias. Sarampo, influenza e HPV são algumas.”

Graças a Deus, temos vacinas! Aliás, há pouco mais de dois meses, o pediatra recomendou a vacina HPV do posto pro meu filho de 12 anos. Mais bem recomendada que a da rede privada, não sei porque. E é do Butantã.

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Vacina tem características, tecnologias diferentes. Pode existir restrição científica? Sim. Mas diante da pandemia que já fez mais de 520 mil vítimas no Brasil, vacina boa é vacina no braço! Deixar de tomar só por capricho é o fim dos tempos!

Se tivesse sido vacinado a tempo, meu tio, irmão do meu pai, talvez não tivesse morrido depois de pegar o novo coronavírus. Nem um super amigo do meu marido, nem a filha da amiga da minha mãe que tinha a minha idade, nem a mãe de uma amiga, o pai de uma colega de trabalho, uma menina que estudou no meu ano no colégio, a irmã de um ex-colega e mais um tanto de amores de alguém. “Todo paciente é o amor de alguém!”, nunca vou esquecer de ouvir do então diretor médico do hospital de referência para a COVID no Rio, no ano passado, César Fontes. 

Coisa triste, terrível, trágica, traumática. 

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Na hora H da dose, eu estava sozinha e tive que pedi um favor para o moço que estava atrás de mim na fila. “Faz uma foto pra mim, por favor? “. Lembrei da época do meu intercâmbio nos Estados Unidos em que eu saía pedindo em qualquer lugar “Can you take a picture for me, please?” e ouvia dos americanos que eu parecia o povo coreano, de tanta foto que tirava. Naquela época, não existia selfie, nem rede social. Vinte e cinco anos depois, tenho a foto e está nas redes. Mas melhor que isso: tenho a vacina! Coronavac, com muito orgulho. E, sobretudo, com muita gratidão aos cientistas que trabalharam tanto para desenvolver o imunizante que está ajudando a salvar tantas vidas! 

Tim Tim, um brinde à ciência, um brinde à vacina, um brinde ao Instituto Butantã. 

Viva a vacina! Viva!

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