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Carnaval: 2ª noite de desfile tem Mancha confiante e Mocidade em alta

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Carnaval: 2ª noite de desfile tem Mancha confiante e Mocidade em alta


São Paulo – A última noite de desfile das escolas de samba subiu o sarrafo no Carnaval 2023 de São Paulo, com recados fortes, homenagens ao Nordeste e até desfile que transformou o Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, em um pedaço do paraíso.

Nem a chuva intensa, presente na maior parte do espetáculo que atravessou a madrugada deste domingo (19/2), impediu a festa em alto nível. Mesmo com a avenida encharcada e uma ou outra fantasia murcha por causa da água, nenhuma escola teve problema para finalizar o desfile.

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Atual campeã, a Mancha Verde foi a terceira a se apresentar e levantou a plateia com uma homenagem ao xaxado, ritmo tradicional nordestino. Também foram destaques a Mocidade Alegre e a Águia de Ouro.

Ao todo, 14 escolas de samba se apresentaram ao longo de dois dias de espetáculo no Anhembi. A grande vencedora do Carnaval paulistano vai ser conhecida na próxima terça-feira (21/2), a partir das 16h.

Confira abaixo como foi o desfile de cada escola de samba na segunda noite do Carnaval 2023 em São Paulo.

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Estrela do Terceiro Milênio

Do bobo das cortes medievais aos memes que dominam a internet. Primeira escola da noite, a Estrela do Terceiro Milênio fez uma homenagem vibrante ao humor e à arte de fazer rir no Sambódromo do Anhembi.

Estreante na elite do samba de São Paulo, a escola tentou ganhar o público já na primeira impressão. Na comissão de frente, uma família, com roupas escuras, era convertida ao colorido do Carnaval – em uma encenação bem ensaiada da tristeza virando alegria.

Desfile da Estrela do Terceiro Milênio no Carnaval 2023 de SP

Destaque também para o abre-alas e carros alegóricos, com passistas acrobatas, cores vivas e telões de LED. Já no chão, parecia não ter sobrado tanto orçamento para algumas fantasias.

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Entre os 1,6 mil componentes, a Estrela do Terceiro Milênio teve a presença dos humoristas Marcelo Adnet, Antonio Tabet e Nany People. À frente da bateria, estava a atriz Carla Diaz. Sob chuva do início ao fim do desfile, a escola atravessou a passarela com tranquilidade.

Acadêmicos do Tucuruvi

Com enredo dedicado a Bezerra da Silva (1927-2005), a Acadêmicos do Tucuruvi transportou o público do Anhembi para o universo do samba, das favelas brasileiras e dos terreiros de Umbanda.

Rico em referências a músicas e locais frequentados pelo artista, o desfile ganhou ares de manifesto e transformou a história do sambista em uma grande alegoria de todos os “Silvas” do país. “A voz do Bezerra é nossa voz”, dizia trecho da letra.

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Desfile da Acadêmicos do Tucuruvi no Carnaval 2023 de SP
Desfile da Acadêmicos do Tucuruvi no Carnaval 2023 de SP

Ponto alto da apresentação, o último carro trazia uma estátua gigantesca de Bezerra da Silva, crucificado com uma faixa nas mãos: “Salve o povo da favela!”. Na avenida, as alas mais fortes da Acadêmicos do Tucuruvi também apostavam no apelo social.

Em uma delas, passistas representavam moradores da periferia e estampavam a frase “Trabalhadores honestos”, em clara mensagem contra o preconceito. Outra fazia referência à classe política do Brasil. O nome da ala? “Ladrão legalizado”.

Mancha Verde

Escola mais esperada da noite, a Mancha Verde levou Lampião, Luiz Gonzaga e até o Padre Cícero para dançar xaxado, ritmo que nasceu em Pernambuco, em pleno Sambódromo do Anhembi.

Na luta pelo tricampeonato do Carnaval de São Paulo, a escola ousou no samba desta edição. Acompanhada de sanfonas, a levada da bateria rememorava o cancioneiro popular do Nordeste e contagiou os 2,5 mil componentes na avenida.

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Desfile da Mancha Verde no Carnaval de SP
Desfile da Mancha Verde no Carnaval de SP

Fantasias e carros alegóricos arrancaram elogios. Na comissão de frente, uma família de cangaceiros apontava a espingarda para a arquibancada. Na ponta do cano, em vez de bala, buquê de flores. Já o abre-alas desfilou um festival de clichês, ornado com cactos, carcaças de bois e letreiro em tom terroso.

A 11ª e última ala da Mancha Verde cruzou a linha de chegada com exatos 65 minutos, o limite de tempo permitido para cada escola. “Foi muito bonito”, avaliou a rainha de bateria, Viviane Araújo, em meio ao clima de festa que tomou a área de dispersão.

Império de Casa Verde

O samba potente e o discurso forte foram os principais trunfos da Império de Casa Verde para tentar faturar o título do Carnaval. Terceira colocada em 2022, a escola apresentou desta vez o enredo “Império dos Tambores – Um Brasil Afromusical”.

Até a chuva deu uma trégua para a agremiação entrar no Sambódromo do Anhembi. Bem executada, a cena de abertura retratou o nascimento de uma criança a partir da flor de baobá, símbolo da fertilidade.

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Desfile da Império da Casa Verde no Carnaval 2023 em SP
Desfile da Império da Casa Verde no Carnaval 2023 em SP

O tema permitiu passear pela influência dos tambores em diversos ritmos – do lundu ao reggae, do maracatu à música eletrônica – e por referências à África. Um espetáculo em si, a bateria da Império de Casa Verde abusou dos breques na avenida.

Em estandartes, a escola também prestou homenagem às memórias de Clara Nunes, Elza Soares e Dona Ivone Lara – a primeira mulher a assinar um samba-enredo e integrar a Ala de Compositores de uma escola, a Império Serrano, do Rio de Janeiro.

Mocidade Alegre

“Todo preto pode ser o que quiser!”. Cantado com muita força por 1,8 mil passistas, o refrão da Mocidade Alegre tomou conta do Sambódromo do Anhembi e fez a presidente Solange Bichara, famosa por sempre carregar um penca de terços, cruzar a linha final com o punho em riste.

O recado da escola é inspirado na história de Yasuke, imigrante moçambicano e primeiro negro a se tornar samurai no Japão. Para retratá-la, componentes da escola viraram guerreiros e a avenida, campo de batalha.

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Desfile da Mocidade Alegre no Carnaval 2023 em SP
Desfile da Mocidade Alegre no Carnaval 2023 em SP

Na hora do recuo, a bateria impressionou a plateia com sua manobra coreografada e mostrou por que a Mocidade Alegre é a atual vice-campeã e maior vencedora entre as participantes do Carnaval 2023.

Sem aliviar, a chuva forte até danificou o capacete da rainha de bateria Aline Oliveira, que parou de abrir e fechar automaticamente, mas não desanimou os participantes do desfile. “Já acabou? Vamos só mais um pouquinho”, brincou a musa da escola, no fim da apresentação.

Águia de Ouro

Com fantasias de alta qualidade e uma paleta de cores impressionante, a Águia de Ouro realizou um desfile lúdico e transformou o Sambódromo do Anhembi em um pedaço do paraíso.

“O que te leva ao céu?”. Essa era a provocação que a escola da zona oeste da capital paulista queria oferecer para o público que, diante da hora avançada e do aguaceiro persistente, esvaziava a arquibancada aos poucos.

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Desfile da Águia de Ouro no Carnaval 2023 em SP
Desfile da Águia de Ouro no Carnaval 2023 em SP

Ao longo de 20 alas, a Águia de Ouro explorou o universo da infância, fez referências a religiões e retratou um céu dos sambistas, em homenagem a artistas que já partiram. Um dos pontos altos, baianas vieram fantasiada de bonecas de pano – ala responsável por criar um efeito visual de impacto.

Para construir o clima de paraíso, a escola fez desfilar até um carro comestível. Sofisticadas, alegorias exalavam aroma de doce. “Foi mágico”, comentou um dos 2 mil componentes, satisfeito com o resultado.

Dragões da Real

Diante da missão de encerrar os desfiles das escolas de samba de São Paulo, a Dragões da Real entrou na avenida com o dia já amanhecendo: o melhor cenário possível para prestar sua homenagem a João Pessoa – não fosse o pé-d’água que caía no Sambódromo do Anhembi.

Localizada no ponto mais a leste do litoral brasileiro, a capital da Paraíba é onde o Sol bate primeiro no país e caiu nas graças dos 2,3 mil passistas da Dragões da Fiel. “Arreia o canto para João Pessoa”, entoavam no verso mais forte do samba. “Lugar de gente feliz”.

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Bem-humorada, a escola trouxe a bateria com fantasias de muriçoca, como a população paraibana chama os pernilongos, e até simulou uma quadrilha na passarela. Bandeiras da Paraíba, cujas cores coincidem com a da agremiação, viraram saias e outros elementos da fantasia.

Com 22 alas cheias e bem organizadas, a escola preencheu a avenida e fechou o desfile exatamente às 6h51, com o Sol escondido no céu tomado por nuvens. Encharcada, uma das componentes resumiu o desfile assim: “Muita energia, muito alegria e muito amor”.

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